domingo, 10 de agosto de 2014

Nietzsche É UMA FOCA, EM SUA VERSÃO DE LEÃO MARINHO


Nietzsche É UMA FOCA, EM SUA VERSÃO DE LEÃO MARINHO



POEMA A MÃE LUA

Hoje eu olhei a Lua e chorei
Pois ela foi a tempos a minha Mãe
Quando eu era criança ela era tão grande para mim
Que a sua mão dava duas ou mais da minha
Agora que cresci ela é tão pequena para mim
Eu andava com ela pela grande cidade
Hoje os luxuosos prédios onde estive com ela
São ocupações de Índios Sem Teto !
Os prédios que estive com meu Pai 
São hoje são espaços comerciais
Centros atacadistas onde muitos ricos já moraram
Hotéis transformados em lojinhas

O velho centro aristricratico foi abandonado
Todos se foram, tudo mudou e eu fiquei aqui
Quando me dei conta meus cabelos estavam brancos 
Descobri muito do que eu não queria descobrir
E sabia que teria mais coisas a descobrir 
E as quais nem se quer quero saber

Vi as Caravelas chegarem e os índios lutarem para viver
Eu vi as matas caírem e a grande cidade se erguer 
Vi a grande cidade se tornar rica e prospera
Hoje vivo na decadência elegante da grande cidade
Minha idade física, não tem a idade que tem 
Não tem nem parte da minha vida como espirito

Me vejo dividido aos pedaços, subtraído, traído
Esquecido, realmente esqueceram de mim
Parte em Ponta de Leste, Parte em Eldorado dorado
Quando descobri que Eldorado deixou de existir
E pior ainda, aviam cortado Eldorado em sua raiz
Acabaram com Eldorado dorado antes desta se erguer
E Ponta de Leste era do Uruguai e não mais do Brasil 

Uma Esfinge Fenicia na Pedra da Gavea eu vi
Passageiros secretos do Tempo e do Espaço
Da casa magica do Esquadro e do Compasso
Construíram a Esfinge pensando em serem resgatados
Vieram por mim e nem me acharam aqui
Pecado Original dos que saem com a mulher dos outros
Era um castigo e eles sequer sabiam
Que o Corpo é o Mundo, em sua riqueza de corpos
Cada corporativismo é uma historia deste Mundo

As musicas de MPB falam tanto sobre mim e meus pares
Luar das Queixas, Raul Seixas, codificações maçônicas
Sou ainda uma criança mais agora de Cabelos Brancos
Ligo o PC e assisto "Quando Nietzsche Chorou"
Sou emo, meu motivo, emotivo, choro mais ainda
Deus esta morto, o crucificaram, o mataram
Nietzsche é uma fica em sua versão de leão marinho

O Pica Pau cantara três Vezes a Pedro
Os Punks e as suas Guitarras retorcidas
O Galo, o grupo galo, toque toque
Para acordar, levanta, levanta, acorda
Televisão é a Programação da Historia
Do que viveremos e onde retornaremos
Dos Cristos de Pindorama do Fliperama

Vi as Catedrais se erguerem, e ele se tornar um simbolo
Eu vi os Ladrões se tornarem Políticos Profissionais
E os Piratas os novos heróis Black Blocks
Vi a infância ser prostituída por pedófilos
E vi as mulheres lutarem por seus direitos
Eu não sabia que o oprimido se tornaria o opressor

Eu voltei e se quer sabia que havia voltado do passado
Do outro lado eu foi coroado, deste eu fui proletarizado
A Coroa era o triste Ferro na Cabeça 
E ser Proletarizado era pedir pão ao Pai
Estas eram as pinturas que pintavam o inverso
Qual fazem das tragedias alegrias de anestesias

Agora chegam aqui brinquedos do astronauta do futuro
Enquanto eu era ainda um astronauta do passado
Tenho tanto a descobrir que eu nem quero saber
Olho para o céu e vejo que minha mãe 
Não era mais a mesma, mais estava ainda lá
E descubro que eu não era mais o mesmo

Meu Pai das alturas havia me castigado
Por eu ter enterrado meu King
Ofertado os Mortos a deusa gaia
E por isto eu sei, que sei de meus olhos negros 
Que se tornarem olhos castanhos de gaia
Chorei quando descobri que fora castigado pelo PAI
Mais eu nunca soube ressuscitar os Mortos
Eu espontaneamente pensei em ofertalo em sepultalo

Esqueci tudo e fui a luta, a ação direta e a universidade
Um por acaso, um Exu dos caminhos se apresentou
Abriu meus olhos qual havia antes ter preferido fechalos
E a partir dai aprendi a jogar para sobreviver
Pois eu não queria saber, não queria entender
... 75, 57, 75, 57, 75, 57. 75, 57, 75, 57, 75, 57 ...
Este era o ciclo da escolha impessoal de estado
Pois pessoalmente em intimo eu fiz uma outra escolha

Penso nos dias quando era um menino
De mãos dadas com minha Mãe
Viajando com o meu Pai
Eu só queria o que era meu 
Estar com meu pai e minha Mãe
Nada mais eu quis na vida
Do que já era meu a tempos